Tannat: conheça a uva cheia dos vinhos de personalidade!
Postado 3 de outubro de 2024 em Vinhos por Jolimont
A uva Tannat brilha em diversas regiões vinícolas do mundo. No Uruguai, por exemplo, ela é considerada um patrimônio nacional. Foi a partir da década de 1970, com o avanço das técnicas de vinificação, que a espécie se tornou a varietal mais importante do país.
Aqui no Brasil, ela também faz bonito com vinhos que variam de corpo médio a encorpados. Se você já se perguntou se o nome Tannat está relacionado com a palavra tanino, saiba que sim! É exatamente por seus taninos intensos que a uva foi batizada assim.
Continue a leitura com a gente e entenda um pouco mais sobre esse tipo de uva tão famoso!
Mas, afinal, o que são taninos?
Os taninos são substâncias orgânicas encontradas em várias espécies de plantas e funcionam como mecanismo de defesa contra pragas e predadores. Na videira, eles se encontram na casca da uva, nas sementes e nos engaços (cabinhos dos cachos).
Existem alguns métodos de vinificação que amaciam os taninos da uva Tannat, deixando o vinho bem mais fácil de beber, especialmente para quem prefere tintos menos robustos. É o caso do Tannat Demi-Sec da Jolimont que faz o maior sucesso em nossa linha de vinhos tinto!
Qual a origem da uva Tannat?
A Tannat nasceu na França, em meados de 1780, na região de Madiran, sudoeste do país. Anos mais tarde, foi levada por imigrantes franceses para a América do Sul. No Uruguai, a uva se adaptou plenamente e se tornou um grande símbolo nacional. Há quem pense que a uva Tannat é nativa do Uruguai, tamanha sua força no país vizinho.
Mas quais seriam as principais diferenças entre o Tannat francês e o Tannat uruguaio? Vamos descobrir em breve!
Quais as características da uva Tannat?
A uva Tannat possui cachos médios a grandes e bagos (frutos) pequenos de casca-grossa. Por conta dessa espessura em sua casca, é uma uva que precisa de boa incidência solar para maturar plenamente. Quando em terroir propício e bem manejada, suas vinhas são bastante produtivas.
Os melhores solos para cultivar Tannat são os de argila, a exemplo de Madiran, sua terra natal, e areia. Em termos de comparação, no solo argiloso, a casta desenvolve potência e estrutura, podendo originar vinhos mais rústicos. Já em solos arenosos, comumente encontrados no Uruguai, a Tannat tende a gerar rótulos mais macios, frutados e redondos.
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Quais países mais produzem vinhos Tannat?
Além da França e do Uruguai, onde se consolidou fortemente, a Tannat pode ser encontrada na Argentina, sul da Itália, Austrália, Suíça, Peru, África do Sul, Japão, algumas regiões dos Estados Unidos como Califórnia. No Brasil, o destaque vai para as seguintes regiões do Rio Grande do Sul: Serra Gaúcha, Serra do Sudeste e Campanha Gaúcha, na fronteira com o Uruguai.
Para degustar diferentes expressões da Tannat cultivada no Brasil, conheça os vinhos da Jolimont elaborados com a casta. De regiões gaúchas distintas e métodos de produção variados, eles proporcionam experiências cheias de personalidade em cada gole!
Como é o vinho tinto Tannat?
Os vinhos produzidos com a Tannat são conhecidos por sua cor intensa, com bordas violáceas. Além disso, graças às suas cascas escuras e grossas, os vinhos feitos com a Tannat são abundantes em polifenóis, consideradas substâncias benéficas para a saúde.
Quando for degustar um Tannat, espere por uma bebida intensa, com taninos bem presentes e graduação alcoólica um pouco acima da média. O nível de acidez costuma ser equilibrado/alto.
Geralmente, ao servir um vinho Tannat, você sentirá aromas de frutas negras maduras, como mirtilo, amora e ameixa. Se passar por barrica de carvalho francês ou americano, é bem provável que apresente notas de café, cacau, baunilha, tabaco e especiarias.
Um Tannat que expressa todas as características citadas acima é o Tannat Reserva da Jolimont, premiado em concursos nacionais e internacionais.
A Tannat é usada em blends?
Os blends, também chamados de corte ou assemblage, são vinhos que levam duas ou mais uvas em sua composição. O objetivo é extrair o melhor de cada casta, equilibrando aromas, taninos, estrutura e acidez.
Justamente por suas características marcantes, a Tannat é altamente utilizada em blends com Merlot, Cabernet Franc, Marselan, entre outras.
Como harmonizar o vinho Tannat?
A harmonização é um dos temas mais estimados no mundo do vinho. Combinar vinho e comida é uma arte que permite complementar e criar sabores, elevando a experiência gastronômica. Toda vez que pensar em harmonizar, leve em conta o peso da bebida e o peso do prato.
Se o prato leva carnes gordurosas, fibrosas, queijos fortes, molhos cremosos, precisará de um vinho com estrutura para suportar toda a intensidade da comida. Por isso, o Tannat é muito recomendado na harmonização com carnes. E de fato, vinho Tannat e churrasco fazem um belo casamento.
A proteína, a gordura e o sal da carne reduzem os taninos, deixando o vinho ainda mais convidativo. Aposte em cordeiro assado, ossobuco, carnes de caça, massas com carne de panela, linguiça suína, o famoso cassoulet francês, pratos com bastante bacon ou uma bela feijoada.
Outra harmonização saborosa é com queijos de longa maturação como parmesão, grana padano e pecorino. Uma lasanha de carne gratinada com bastante queijo também vai bem.
Para encerrar a refeição, (se ainda tiver vinho na garrafa!), sirva de sobremesa chocolate amargo com pelo menos 60% de cacau. Nhac!
A uva Tannat só produz vinhos tintos?
É nos tintos que ela revela todo seu esplendor, mas a uva Tannat também produz vinhos rosés e espumantes. Isso mesmo! Eles não são tão facilmente encontrados no mercado, mas existem. No Uruguai, “sua segunda casa”, há belos exemplares.
Gostou de conhecer a Tannat? Agora você já sabe o essencial sobre ela: tem bastante tanino, nasceu na França, ganhou fama no Uruguai e produz belos vinhos no Rio Grande do Sul!
Para conhecer outra importante uva-tinta do mundo do vinho, em nosso blog, você se apaixona ainda mais pelo elegante e delicado Pinot Noir. Tim-tim e até a próxima!